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O QUE DESTRAVA O CORAÇÃO?

Por que temos tanta dificuldade em encontrar um parceiro amoroso? Por que quando encontramos temos tanta dificuldade em manter, por algum tempo que seja, uma relação afetiva?

Estamos vivendo em uma época que prega o culto a própria imagem. Essa é a cultura do narcisismo e nela não há espaço para a afetividade. Todo mundo é convidado a viver a própria vida e se importar com o próprio prazer. Estão todos preocupados com o próprio umbigo. O excesso de admiração e amor pela própria imagem e por si mesmo é o que rege

o nosso comportamento atualmente.


Estamos na era da urgência, na era do imediatismo. Se me vem algum desejo ele já surge urgente e quero imediatamente realizá-lo. A gente está desimportando com o outro. Deste modo, o egoísmo toma conta e o indivíduo vai se tornando um INDIFERENTE AFETIVO. Neste contexto de exacerbação do individualismo a autonomia é utilizada como vaidade. Cada gesto quer ser uma expressão de poder. Vivemos sob o frenesi do “sempre mais” que nos coloca como meros consumidores de modelos e ideais, como indivíduos sem individualidade e sem a mínima capacidade de explorá-la. Sem individualidade construída, a habilidade do indivíduo de identificação com algo se torna impossível o que inviabiliza também a sensação de envolvimento e significado. Deste modo, a carência toma conta e o indivíduo vai se tornando um INÁBIL AFETIVO. As pessoas tem encontrado muita dificuldade em desenvolver uma conversa madura e segura sobre as suas próprias emoções, sobre o que vem sentindo, as angustias diárias. E assim, buscam de forma desesperada se desenvolver intelectualmente, economicamente e esteticamente, mas engatinham no desenvolvimento emocional. A autoestima foi banalizada e transformada em carro novo, cabelo novo ou em mais uma especialização. A cultura do narcisismo tirou a afetividade de cena e está promovendo encontros entre imaturos emocionais; inábeis afetivos estão se envolvendo com indiferentes afetivos. Este encontro se dá muito bem narcisicamente, mas quando surge alguma exigência emocional a relação começa a ruir. Os relacionamentos narcísicos entre inábeis e indiferentes afetivos só funcionam sob o hedonismo imediato e inconsequente, eles não sabem lidar com frustrações e contrariedades daí a enorme dificuldade de se encontrar um parceiro amoroso e quando o encontro acontece, a relação é superficial e fugaz. É preciso inverter essa lógica. E o segredo está no desenvolvimento de habilidade afetiva. Pois, o inábil afetivo se enrola de carência e fica totalmente entregue ao egoísmo do indiferente afetivo que delira de egoísmo e reconhece como prazer causar dano ao outro. Habilidade afetiva é maturidade emocional. E maturidade emocional é saber o valor de se ter autoestima. Ter autoestima é reconhecer o seu próprio valor. Reconhecer o seu próprio valor é uma consequência da individualidade. Individualidade é a alegria de se possuir uma identidade. E identidade é quando o indivíduo está envolvido com a vida. Desta forma, frustrações e contrariedades não serão mais fantasmas, os medos não provocarão mais crises nocivas e violentas de raiva e assim as experiências vividas terão cada vez mais significados e efeitos positivos para o mundo.

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