QUANDO A INDIFERENÇA SURGE NO RELACIONAMENTO
"Como é possível ter saudade de uma pessoa que está do nosso lado... Conversando com a gente?"
Uma das coisas que caracteriza o modo de convivência da contemporaneidade é o bombardeio de estímulos. O arsenal de promessas que o mundo moderno oferta a cada instante faz com que as pessoas fiquem o tempo todo mudando de uma coisa pra outra sempre com a sensação de que estão perdendo o melhor. Essa intensa e constante fragmentação da atenção faz com que o indivíduo fique pulando de estar em estar o que torna o ser inviável.
Quando o ser é inviabilizado de se expressar, a vida também é impossibilitada de acontecer. Enquanto as pessoas permitirem que a sua atenção seja violentamente fragmentada como está sendo nessa nossa época, as trocas afetivas, que são as únicas capazes de nos fazer sentir que estamos vivos, serão cada vez mais raras. Deste modo, a indiferença é quem vai ditar a maneira como vamos conviver. E quando a indiferença toma conta é porque a inabilidade em amar está se tornando uma epidemia. Isso faz as pessoas se fecharem nelas mesmas. A indiferença é o canal do egoísmo. A medida em que as pessoas vão se deixando levar pela confusão do mundo e adotam como comportamento o pular de estar em estar, vão perdendo a identidade, o que torna bem difícil a comunicação com elas. Giselle, verifique se você está se relacionando com alguém que se perdeu de si mesmo na bagunça do mundo que se apresenta repleta de promessas de alívio e de maneiras de se distrair dos problemas. Se for este o caso, mostre com muita delicadeza pra ele que ficamos realmente felizes é quando resolvemos os problemas que possuímos juntos ou com o apoio de quem a gente ama e não quando fugimos deles. Quando as pessoas vão se tornando inábeis em amar a vida vai ficando escassa, rara! E a vida não é escassez. A Vida é abundância! E vida em abundância é aquela que existe alegria em repartir. E só consegue ter alegria em repartir quem possui habilidade com esse sentimento tão delicado que é o amor. Gisele, verifique também se você idealizou esta pessoa de alguma maneira, se você está esperando algo muito além do que ela possa dar. Costumamos fazer isso quando deixamos nossa atenção ser guiada apenas pelas expectativas sem levar em conta o que realmente está acontecendo. E aí, quando acordamos, a sensação é de desconhecimento sobre a pessoa que está do nosso lado. Pois, você passou um tempo se relacionando com a ideia que tinha da pessoa e não com o que ela realmente é. Se for este o caso, entenda que amar é fazer as mãos protegerem somente o que os pulmões podem respirar, ou seja, cuide e dedique àquilo que você não precisa perder o fôlego pra acompanhar e que também não faça o outro perder o fôlego pra te acompanhar. A inabilidade em amar está fazendo as pessoas terem alergia ao amor. E o amor exige maturidade, pois ele pede o mais difícil e para agora. O amor é pra quem tem coragem de se colocar em reforma constantemente. O amor é pra quem sabe que amar é estar sempre recomeçando. Pois, sempre há coisas pra fazer, lições pra aprender... E o amor é esforço de compreensão. O amor não é pra usufruir. É pra incorporar! O amor é o ingresso pra vida! E a habilidade em amar é o que nos possibilita sofisticar a gentileza, desenvolver uma delicadeza no trato e assim fazer diariamente a nossa contribuição para que as pessoas se relacionem num nível respeitoso e justo. Agindo assim, seremos geradores de entusiasmo... E consequentemente alguém muito desejado e amado por ser capaz de levar vida por onde for. Cadastre-se para receber os artigos que mudarão sua forma de ver e viver a vida!